Em todas as discussões sobre o tema valor em saúde, sempre é enfatizada a importância de as instituições de saúde não focarem em volume, mas sim em uma entrega de serviço com melhores resultados clínicos a um custo acessível. Por outro lado, Michael Porter afirma que valor depende de volume... então, afinal, o volume é ou não é importante em uma estratégia de saúde baseada em valor?
Realmente, o foco quando falamos em saúde, deve estar na entrega de valor para o paciente, melhoria contínua de resultados clínicos e custos. É por este motivo inclusive que é importante não utilizar modelos de remuneração que incentive o aumento de produção, como o amplamente utilizado fee-for-service, mas sim negociar modelos de remuneração que sejam focados na entrega de valor.
No entanto, é importante lembrar que um dos princípios da competição baseada em valor é que “o valor é gerado pela experiência, escala e aprendizado”, certo? e escala é volume!
Mas então o volume é ou não é importante? Sim! O volume é importante para gerar valor!
O ponto central aqui é que não devemos querer volume a qualquer custo. Em uma estratégia de saúde baseada em valor, o aumento de volume é consequência da boa entrega de valor e não um objetivo isolado. Um serviço que é mais eficiente na redução de custos, entrega melhores resultados para o paciente e divulga estes resultados, com o tempo deve ser mais procurado por operadoras ou diretamente pelos pacientes. Este aumento de volume gera mais aprendizado, gerando mais valor! E é neste ponto que o volume passa a ser importante para gerar valor, ele amplia aprendizado! O aprendizado faz com que profissionais e serviços como um todo melhorem seus resultados gerando o famosos ciclo virtuoso de geração de valor defendido por Michael Porter.
Em resumo, volume não é o objetivo final, mas é causa e consequência de uma boa entrega de valor. Este é um ciclo que já acontece nos demais setores da economia e que estamos aos poucos promovendo esta transformação na saúde.
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