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DESCOMPLICANDO O VBHC: o Exemplo dos telefones celulares

Atualizado: 17 de mar. de 2022

O modelo VBHC chegou em diversos países do mundo como a solução para a saúde, o milagre para redução de custos e melhoria da qualidade. Porém, assim como toda a solução que promete milagres, acabou gerando desconfiança em um primeiro momento.


O que acontece também é que a complexidade do modelo e necessidade de um aprofundamento para entender seus benefícios acaba atrasando a sua implementação.


Neste artigo comento alguns pontos importantes para descomplicar um pouco este tema.


Vou começar deixando claro que os problemas que temos hoje na saúde (como custos altos, qualidade variável etc..) NÃO SÃO INERENTES do setor como pensávamos há tempos atrás, existe uma CAUSA para isso que vamos falar mais para frente..


Para entender esta questão, é importante observarmos outros setores da economia. Em outros setores, o custo do produto ou serviço reduz com o tempo e a qualidade aumenta, gerando cada vez mais acesso das pessoas a produtos de melhor qualidade. Este é o chamado CICLO VIRTUOSO DE GERAÇÃO DE VALOR.


Vou exemplificar através dos telefones celulares...



Há 30 anos eles eram grandes, pesados, tinham poucas funcionalidades (só faziam ligações) e eram tão pouco acessíveis que se tornaram sinônimo de status. Ter um celular preso na cintura na década de 90 no Brasil era um luxo!


E o que aconteceu 30 anos depois?


30 anos depois, temos.... celulares menores, mais leves, com muitas funcionalidades (ligações deixaram de ser a principal função) e acessíveis a diferentes classes sociais, ou seja, melhoraram a entrega de VALOR! Qualidade maior a um custo menor, aumentando o acesso do produto a mais pessoas



O que isso tem a ver com o VBHC?


Tem tudo a ver!


Na verdade este é o ponto de partida do modelo!



Vou explicar melhor..


Enquanto as outras indústrias COMPETEM (ou seja, focam seus esforços) para gerar VALOR ao produto ou serviço que entregam, o setor da saúde não faz isso!


No caso das empresas de telefonia celular, os desenvolvedores do produto estavam constantemente trabalhando para melhorar a qualidade (entregar o que mais importa para o cliente) e desenvolver tecnologias para a redução de custos de fabricação. Ao longo do tempo, quem não conseguiu entregar um produto melhor, não focou no cliente, precisou fechar as portas.


Em resumo, a CAUSA para não evoluirmos da mesma forma que em outros setores é a ausência de COMPETIÇÃO BASEADA EM VALOR.


A GRANDE QUESTÃO É: POR QUE A COMPETIÇÃO BASEADA EM VALOR NÃO ACONTECE NA SAÚDE?


A questão é que existem muito “erros” que cometemos na saúde que impedem que a competição baseada em valor aconteça, como:


· Não tratar cada condição de saúde como um negócio único

· Não medir/ não ter indicadores do que realmente importa para o paciente

· Falta de incentivos corretos

· Entender inovação como sendo “cara”

· Falta de uma mensuração acurada de custos



Além destes, há muitos outros erros que cometemos que prejudicam a melhoria contínua de entrega de valor, que prejudicam a entrega simultânea de melhores resultados clínicos a um menor custo.


O QUE PODEMOS FAZER PARA CORRIGIR ESTAS DISTORÇÕES?


Através destas constatações que professores da Harvard Business School, construíram o modelo Value-Based Health Care, pautado em componentes e métodos para resolvermos estes “erros” e efetivamente entrarmos em um ciclo virtuoso de geração de valor como ocorre em outros setores.


O modelo tem um propósito muito maior do que simplesmente melhorar qualidade e reduzir custo, ele, na verdade, ajusta os problemas que temos na saúde para melhorar acesso das pessoas a serviços melhores e, principalmente, garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde.


Espero que esta leitura tenha ajudado a descomplicar um pouco o VBHC.


Para mais conteúdos sobre o tema, você pode acessar os links abaixo.


Até mais!


Autora: Ana Júlia Lopes



Sobre a autora:

Ana Júlia Lopes é médica especialista em gestão em saúde, com 10 anos de atuação como Diretora Executiva e gestora médica de hospitais. Se aprofundou em VBHC na Harvard Business School e fundou a Be Value com o objetivo de disseminar o modelo.



Para quem tiver interesse neste tema, siga a Be value nas redes sociais:





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